27.3.07

AS DECISÕES A QUE O MAR ME OBRIGA


No dia em que escaldo os ombros Yemanjá leva-me a aliança. Os Orixás de novo trabalham juntos. Um vergasta-me com tudo o que deixo pendente, ela, a grande e carinhosa, anuncia o fim do amor romântico. Está morto, estão mortas as promessas que só eu a mim me faço, os e se e os para sempre, o térmito do aconchego e das desculpas folgadas agarrada à saudade e a um lençol.
Quero que exista hoje, com a consciência que estás para chegar. Que me baste, muito ou pouco, o que tenho, sem mais nada para agarrar.
Que não haja mentiras nem sonhos daqueles que só a mim me enganam ao os querer concretizar. Já não ficam no armário as tragédias de menina e, não te preocupes, não vou deixar de te amar. Faço o que um dia te disse que queria mudar, amadureço o meu amar. Agora podes saber que é uma mulher que te ama. E o próximo anel que seja um pedido, sem ter que o procurar.
Assim, dedo nu e cabeça fria. De anseios, as esperanças: um dia não ter que optar, a largura dos caminhos, os pés quentes, muita terra batida e no asfalto os livros a sublinhar.

1 comentário:

Tojó_Cafunfa disse...

CREDO!!! AGORA ÉS POETA!
Esses ares do sul estão-te a fazer bem! beijos