25.10.11

Uma história tão pequenina...

As chuvas foram feitas para se ir para a rua dançar.
Assim esperava o tufão coração.

24.10.11

Um poema que um dia escrevi (aquele de que eu gosto mais)

Maria, filha de Maria,
Não é princesa do mar,
Nem orla de espuma, nem onda fugaz...
É som, é ruído, é vento.

Nunca deixa de sonhar,
É moinho, cata-vento,
É sol e é vida, é ar,
É semente e rebento.

E se a encontrares perdida,
Não acordes seu sorriso,
A terra conta-lhe a vida,
Para os homens perdeu o siso.

Maria, filha de maria,
É tudo e é ninguém.
Nos seus olhos, Fantasia,
Presente de sua mãe.

*escrito a 22/02/2001

20.10.11

o outro assunto

... já está encerrado...
...já lá vão uns dias...
continuo a sentir que seria crueldade enviar a carta, fosse por aqui ou por outro lado.

um dia hei-de-lhe falar, mas aí já por ele.
desde o outro dia, não mais por mim.

Amanhã

Amanhã vou voar...
vou tentar...
vou...
voar...
E assumo de vez as asas porque luto, lanço-me neste voo infinito, ultrapasso a dor.
E se conseguir, apanho as pontas soltas, sou medo e deixo de ser.
E tu, vais aprender que não sou presa para me caçares? Que sou mais livre que qualquer jogo e que caminho para o enlaçar? E que se és terra e eu sou ar, ambos podemos ser fogo?
O que te falta por mim? Desejo ou medo de me alcançar? Ou falta-te apenas vontade e não o sabes declarar? Não se brinca assim, rapaz.
Tenho asas para ambos, tenho asas para um milhão... mas quero tudo a que tenho direito, o sonho, a dança, alguém que me ampare nos dias maus, o desejo e a vontade de me alcançar... por agora não vou correr mais rapaz, e se não te apressas deixas-me escapar... E se te preocupa o meu corpo, a minha partilha, os meus beijos, não te desenganes, eu não procuro padrões, nem corro por histórias antigas, quero novos livros, novos começos, novos traços e novos quadros de cabeceira. Não queres o mesmo que eu?
Não queres tanto? Deixa-me andar então... e não augures o que ainda não se cumpriu, não preciso de sofrer mais, nem preciso de perder, sei ser boa alquimista desde cedo e transformar a dor não em ouro, mas em mercúrio, amor. Mas não tenho medo e quando o tenho, tremo em braços mas ando para ele.
O que precisas mais? De promessas, papeis passados, que me guarde para ti... tolices, anda ter comigo e vive no meu tempo um dia, deixa-te tentar, procura-me no dia das minhas, das dadas, das donas do volátil, detentoras do desejo, amantes do riso e do amor.
E entende, se me deres tudo... eu dou-te a dobrar.


*e se não voar, sei que tentei...

9.10.11

aprendizagens de cria

so fre gui dão

cada dia com menos sofrimento.


un petit peu (peau) de joie de vivre

2.10.11

um segredo para ti

*Coração de titã, Beatriz Cunha



Ainda não sei o sabor dos teus beijos e pouco conheço do teu toque. Conheço o que chamo teu, os pelos onde roubo beijos, quando abixano a tua cara para perto de mim e dou um cheiro.
Delineio em imagem o teu polegar que entrelaço em toda a minha mão e a a tua cor lembra-me a minha: foi a mesma terra que nos fez e parece-me que nos fez aos dois índios.
Não conheço a tua medida, que susto,a medida do que dizes... fico com medo de te levar demasiado a sério, ou a brincar e te perder. Mas, porra, rapaz, cheiras a fumeiro... isso não se faz! Como te poderei tirar de mim se me inundas de meiguice e de gula sem me tocar. E só me abraças quando a noite chega... ao sol roubo-te eu pele para beijos, e fixo as tuas cicatrizes e defeitos quase com devoção.
Encantas-me e passeias-me e a cada passo teu pões-me em perigo. Que faço com esta vontade, com a criança ciúme que tiras dentro de mim, com as projecções, sonhos e esperanças que, ainda não sei, alimentas com brincadeiras. O teu sorriso desperta o meu, juntos a sorrir devemos iluminar um pavilhão e sonho-me nos sonhos que me insinuas, em cada sentimentalidade que dizes. Dizes que tens coração de pedra, cinzento... eu só sei que é grande e que em cada procura te sinto quente, amplo a fechar-me nos teus braços e a abrir-me as vistas.
E se nesses miradouros que me levas contemplamos o abismo infinito de mergulharmos um no outro, a brava de coração sou eu, titã que te puxa, enquanto tu dás cada passo com a suavidade que se impõe, com cuidado com esse coração, como se de vidro e não mármore fosse, num novo tempo que a cada dia me ensinas, enquanto te testo e espero que tu me busques em cada estação.

Procuro as cores que te digam tudo isto baixinho, amor num sussurro e o compromisso que te conquisto, cada dia um pouco mais.