12.12.11

carinhoso

Nas tuas imagens vejo sombras de mulheres sempre que não eu. Eu sei que são casas, mas sei que em ti está essa história que me exclui. Apenas as sombras das que não eu. Eu sei que são bairros, armazéns, mas entre a luz e a sombra desenham-se as caras e perfis das mais perfeitas que em ti estão. Que desejo tão raro de estar nessa lista emocional, nesse catálogo apurado de raras, nessa novela séria de casos bem comportados, onde o meu desatino, desafio, desafino, nunca escorreria bem. Onde seria sempre mais estranha que bela. A nossa paixão, que apenas eu senti, foi uma lágrima de canto, contigo pestana sempre a conter a água que sou eu, que sentia tanto. Tenho pena de não te ter pertencido tendo sido tão tua. E de depois de tudo arrumado, te continuar a ser estranha, rara, distante, externa em vez de entranha. Confio nos traços da vida, nos desígnios e predicados, mas o chorinho de não se ter cumprido ainda me acompanha, um ribeiro fininho, afiadinho de e se fosse, um nadinha de esperança que não vem, porque nunca precisaste de abrir as mãos do que não querias. Não me retiveste, não me quiseste, nada meu. Nem os beijos quentes, nem o corpo torrente, nem o aperto de mão, nem o abraço transformador e mais triste... não foi por fuga... foi por não ser importante.

bate... e não te vê.

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