16.12.11

o que não é um texto, foi um sonho


Só 2 personagens ( e a presença da minha mãe - pensava várias vezes como lhe ia explicar, mas estava tranquila)-
eu sempre tranquila e feliz. e esta moça, sim esta.
a tatuar.
me.
3 tatuagens.
as historias das três misturam-se. explico uma por uma.
a primeira,
na mão, mão toda...
um diagrama, filigrana azul turquesa, clarinho, clarinho.
Não consigo perceber se na palma da mão, se nas costas da mesma. era o lado onde agora tenho o sagrado coração.
Lembras-te com pormenores?
 
escrito, entrelaçado no diagrama, a letra fininha, bonita de mão, um poema. sim, tudo.
todos os detalhes.
 
Lembras-te do poema?
 
Sigo com essa primeira tatuagem, mas mal lavo volto atrás.Reparo que o poema acabava com uma frase que não podia ali estar.
 
aiaiaiai
? porquê?
a frase ou tu?
 
Insisto com a moça para que a cubra, risque essa ultima frase. o poema era da de amor, lindo, lindo. mas não podia ter aquela ultima frase. insiste. tinha que ser o poema completo.
 
era o quê, a frase?
 
eu digo não. não tem. risca, cobre com tinta a frase.
 
"be mine"
 
tu?
eu tranquila
 
precisas?
eu não
queres que continue?
tu nem sequer és de ser de ninguém
ou coisa nenhuma
o máximo és tua
sim
 
mas a frase quando a pensava não  era a mim.
lembro-me perfeitamente disso.
 
então?
era no teu braço?
pulso
lembro de pensar se houver um amor, nas minhas conquistas, não existe isso
era no meu pulso,
na mão,
acho que era nas costas da mão o poema
e na palma continuava o filigrana, sei que era na mão toda, não sei que lado escrito.
dedos, tudo,
e pensava que não, aquela frase não cabia na minha forma de amar. não havia esse pedido de "be mine" em mim.
queres saber da segunda?
esse "be mine" pode ser de ti para ti, não?
mas não era.
e foi essa a frase que fui cobrir, riscar
se calhar não precisavas de cobrir se lhe desses outra
intenção
 
o poema era lindo, muito cândido, em inglês, como aquelas rimas docinhas do roses are red violets are blue angels in heaven know i love you
epá eu não escolhi sonhar isto
sonhei assim

ehehe
e o bonito é q estava feliz
e gostaste, aposto
mmm... sorrio
mas a segunda tatuagem ainda foi mais fora.
diz,
era uma pulseirinha no tornozelo. super colorida mas também clarinha. sendo supostas relembrar o meu crescimento nas adolescências. as influências electrónicas ( a verdade é que nada correspondia ao que foi no real o meu imaginário)
:)
tinha um mini cogumelo do super mário, um mini pac-manzinho com a sua pastilhinha, um mini supermáriozinho e mais um ou dois, repetia essa padrãozinho inocente e tão me distante ao longo do tornozelo.
mais uma vez chego a casa lavo. e do tornozelo passa para ambos os pés. para o peito de ambos os pés.
!e tinha em vez de um desenho,
os pés cobertos de azul fortão,
quase turquesa, quase como se uma trincha me tivesse passado os pés,
e em cicatriz, fininha, branquinha, muito, muito afiadinha, em letras maiúsculas e grandes:
AMA RELO
AMARELO
ESCRITO DE UM PÉ PARA OUTRO!
em cima de azul forte, lindo, alentejano.
 
Tenho a sensação que havia mais tatuagens, mas so me consigo lembrar de mais uma.
e essa fiquei satisfeita sem retoques.
era uma linha fina, negra, como se de meia fosse meia. de onde o tornozelo acaba, até ao principio do interior do joelho... aí esbatia... acabava. bonita. e acaba o que me lembro do sonho.
 
o azul era quase assim.
 

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