16.12.11

uma barragem de desejo

e enquanto vivo o jorro contínuo. cada centelha a pulsar, cada microcosmos de mim. Aviões estrelas num sopro, a água que bate nas mãos, o fumo de cada conversa e um sorriso, franco, com passagens abertas, sem guardas nem fronteiras, sem empecilhos, fluido, imbecil, tolo jogado, impossível de conter.  um passo que estou viva, um passo que é delícia. uma dança por mim. a música que invade cada espaço vazio, cada bosão por reconhecer, cada vácuo que é cheio. um vento que transporta as dores e os alívios, tudo misturado num êxtase tão meu, tão nosso. isto é vida, cada grito, pulsa, pulsa, cada respiração. respiro. e todos os dedos se tocam. todos lábios sopram na mesma existência. uma a uma, mil, tantas, uma partícula. que partitura tão bonita, que parto tão lento. um passo. o pé que encosta à pedra, a pedra há, à vida. que contínuo tão bonito. que pulsar tão infinito. que bem que a empatia me traz.

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