26.1.12

o sagrado coração (revelado e fugido)

Cada passo tem a sua cura, cada tempo o seu choro e hoje de faca espetada no sagrado, a fuga. 
Estranho reconhecer este caminho e a forma como com cada lágrima vieste tu e o outro, ambos pela ausência, pela distância, o meu alfabeto de mágoa. E vê-la a subir de repente, a secar o rosto com um beijo, a subir de tom, tomar em cima tudo o que me pertence. A loba, tremenda, assustadora, a loba que tudo quer e tudo joga, sem ficar com nada de ninguém, que trepa para cima e faz do corpo mais forte tripas sem coração, gula e comida, no mesmo gesto que com a mão o cala e o deita ao chão. E é essa a protecção, a batalha, o rugido, do ventre quando às portas do tal sagrado coração. Percebo porquê o lugar, que bem mapeado ficou no corpo, a boca fala estômago, dele o punho e a mão. E deixa os dentes profanar, o corpo solto, rejeitar o braço, a ternura e a perca. Esses só na mão, na língua, no cheiro, no riso rosnado, nada de sagrado, nem coração. E deixá-lo menino, reconhecido, assustado o varão, com medo pequenino, confessado ao coração, ir buscar o ouvido, parar o jogo porque as regras foram explicadas e se fechou o portão. Tudo no momento, depois o nada e o nunca mais. Tudo, o absoluto, incompleto o corpo, desterrado o coração.
A conclusão foi uma, em braços de homem não chora o coração. 

Ainda não.

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