9.2.12

um mosqueteiro do amor

Lido o poema de um estranho, com o olhar nele pousado, desejar por um beijo, por momentos, a palavra em mim tão bem alinhada. E cada verso, ai,  um suspiro, um tremor, um bocejo de prazer, ser eu sua colina, ser corpo fecundo, ser eu o seu poema desejado. E perceber que, ai, este coração, deseja tanto o amor quanto ser amado. E que olhos tão doces e voz tão meiga, que mãos de menino e ar de amante, que partida tão súbita, que encontro breve, que esperança tão tola, que espera tão curta.
E no dia que vem, ao sol, trocar poemas e olhares demorados, como se o destino, de acaso composto, nos deixasse, a ambos, mais um dia juntado. Ai, este coração, deseja tanto o amor quanto ser o amado.

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