17.11.11

Mato o gato?

O meu coração é uma máquina de produzir sinais, é uma fogueira e um cobertor no cimo de um planalto, é uma autoestrada riscada de verdes e azuis, uma praça cosmos de luzes rosamarelocrazulemuitovermelho, um playmobil no cruzamento, um agiota com placares, um distribuidor de publicidade, o rapaz que entrega o jornal no metro, um pregador no jardim. O meu coração não cansa, urge, ruge, chama por ti. O meu coração não pára, segue, descobre, encontra rastos por mim. Vive de ar e do pouco que sabe, dança para te ver, e cada presença (nunca vista) treme, foge e golfa muito ar. É um comboio a vapor num traçado circular, uma fornalha de carvão que se finge alimentar. E acredita no que sente, e sente com pouca pista, sente muito e está bendito: mesmo partido, respira.
Tenho um músculo triste, com pulsão para esperançar.
Rijo, tremendo, em riste, ainda com vontade de te amar. Crente na dúvida, no volta a trás, no jogo virado e na satisfação. Pronto para o triatlo, para o salto em vara, para a tua dificuldade em largar. Um campo aberto, sem engodo, mas com tanto ainda para te mostrar. Uma savana, quente, batida, caçada.
O meu coração é uma montanha, larga, ampla e de segredos, todos o mesmo. Água e vida... tempo e muito para explicar.

E se isto é curiosidade... deixa de me visitar.

Sem comentários: