23.11.11

Não alimento egos,


nem para isso quero servir. Sacio corpos e faço regadios de corações. 
A estrada que segui foi vermelho alma e quando a casa caiu a parada foi outra, as cores sempre lá estiveram e  a sépia só tenho as tristezas do que não vivi. No caminho, encontros e barrelas, acompanhantes, mas nunca de toda a viagem. Fui do c ao z com a analepse pedida. Um sem coragem, o outro sem cabeça e o primeiro sem coração. Sem saber ao certo, e em suspeita, se cada um é três ou se há três neles e nos outros tantos. As fadas, amigas, pouco madrinhas, e tão caminhantes quanto eu, só não disseram o que não saberia ouvir, ou talvez no meu caminho fui reencontrando a audição. As bruxas, os medos que espantei do coração. E a estrada, longa e sempre em mim. Descobri, andei, pulei cercas e nem sempre segui os tijolos propostos. O campo de papoilas é só uma, a mais formosa e acordou mundos, ventres, e uma ternura impensável e imensa, nos meus braços a adormecer de manso.
E as buscas de feiticeiro, a fraude da procura, porque tudo o que tenho está em mim, e quem não veio deve saber que o não se tem não se encontra.
Sempre fumos e espelhos para nos atemorizar, mulharas e castelos para quem quiser salvar, eu do lado de fora já, atalhos e tuneis para quem sabe o caminho com as mãos, para quem tem em si a salvação. Não brinco a esse jogo, não sou inalcansável, perdida sem ser por crer, crente num herói de... crente num herói que não eu. Não preciso, não desejo, não consinto. E cada vez mais vejo os tons entre o verde esperança e o ver de obsessão, espero que passe a birra do tempo. E sigo, viajante.
Há-de ser sempre assim, no fim que nunca o é, vermelho nos mesmos pés, os sapatos, a cada mil passos, diferentes.

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